FERROVIAS FEDERAIS: Conheça os fatos históricos mais curiosos

FERROVIAS FEDERAIS: Conheça os fatos históricos mais curiosos
FERROVIAS FEDERAIS: Conheça os fatos históricos mais curiosos

A primeira ferrovia no Brasil foi inaugurada em 1854 pelo Imperador Dom Pedro II e possuía uma extensão de 14,5 km, conhecida como Estrada de Ferro de Mauá. Ao longo dos anos as ferrovias passaram por várias expansões e também sofreram com o abandono e o esquecimento. O transporte ferroviário é um dos mais utilizados no mundo e conhecer a sua origem é essencial. Leia sobre a história das ferrovias brasileiras e fique por dentro do assunto.

A Primeira ferrovia do Brasil

A história das ferrovias começa no Brasil em 1854 com a inauguração da Estrada de Ferro Mauá, inaugurada por Dom Pedro II, mas concebida graças à genialidade de Irineu Evangelista de Souza (Barão de Mauá). Com uma extensão de 14,5 quilômetros, o trecho saia da cidade do Rio de Janeiro até Petrópolis.

A Estrada de Ferro Mauá  trouxe integração entre o transporte aquaviário e o ferroviário. Sua operação foi considerada o primeiro transporte intermodal no Brasil. As embarcações atracavam no Porto no fundo da Baía de Guanabara e, então, a carga passava para o transporte ferroviário. Essa ferrovia foi operada pela empresa “Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro Petrópolis”, do Visconde de Mauá.

Expansão Durante o Brasil Império

A segunda ferrovia brasileira foi inaugurada em 1858 e previa a ligação da cidade de Recife até o rio São Francisco, mas o seu objetivo não foi atingido. Contudo, essa ferrovia ajudou a trazer desenvolvimento as cidades por onde passavam. No mesmo ano é implementada a Estação da Corte a Queimados, no estado do Rio de Janeiro, é considerada a terceira ferrovia do país, e possuía um trecho de 47,210 km de extensão, sua construção foi realizada pela Companhia Estrada de Ferro D. Pedro II. Ao longo dos anos passou por expansões e ganhou conexão com outras ferrovias em diversos Estados. Com a proclamação da República a ferrovia passa a se chamar Estrada de Ferro Central do Brasil (Aenfer,2018).

No ano de 1867, o projeto do Barão de Mauá com o engenheiro britânico James Brunlees foi inaugurado, a Estrada de Ferro São Paulo Railway. A ferrovia ligava Jundiaí ao Porto de Santos. Ela foi a primeira ferrovia do Estado de São Paulo e passava por diversas cidades e ainda percorria a Serra do Mar. O seu principal objetivo era facilitar o escoamento do café produzido no interior paulista.

Em 1877 foi realizado a ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Outra inauguração importante foi a Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina, implantada em 1884 com uma extensão de 112 km.

O ápice e o declínio

A evolução das ferrovias continuou no século XX, em 1900 o Brasil expandiu sua extensão da malha ferroviária para 15,316 quilômetros totais. No ano de 1919 o país já possuía 28.128 quilômetros de ferrovias. O Estado de São Paulo foi o que obteve maior expansão, nessa fase ele passou a ter 18 ferrovias, com isso o crescimento industrial e agrícola paulista foi gigantesco (Ministério da Infraestrutura, 2016).

A evolução das locomotivas de mecanismo a vapor para a tração elétrica ocorreu na década de 1920 e posteriormente em 1938 surge a tração diesel-elétrica. Além disso, outras importantes ferrovias foram criadas entre 1900 e os anos 30, são elas:

  • 1903  Estrada de Ferro Vitória a Minas;
  • 1912  Ferrovia Madeira-Mamoré;
  • 1917  Expansão das ferrovias no sul do país ligando os portos de São Francisco do Sul e Paranaguá;
  • 1935  A ligação da cidade de Ourinhos (SP) até Londrina (PR).

Na década de 30, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas, cresce a priorização das rodovias colocando as ferrovias em segundo plano. Por conta disso o Governo Federal inicia um processo de estatização da malha férrea, que até então era operada por empresas de capital estrangeiro, com o intuito de impedir que as ferrovias declinassem. Contudo, a falta de planejamento governamental acarretou a precarização das linhas férreas. A expansão passa a ocorrer a passos lerdos, entre 1940 e 1948  as ferrovias só expandiram 1.371 quilômetros.

No ano de 1957 o presidente Juscelino Kubitschek assina a Lei 3.115, que criou a Rede Ferroviária Federal S.A., uma empresa de economia mista e administração indireta do Governo, passando a administrar as estradas de ferro de propriedade do Governo Federal.

O governo de JK intensificou os investimentos em ferrovias, e em 1960 a linha férrea brasileira chega  ao seu ápice com 38.287 quilômetros totais. No período da ditadura militar as ferrovias têm o seu maior encolhimento, em 1964 inicia o “plano de erradicação de trechos deficitários”, caindo a malha ferroviária para 29.184 km.

A era da privatização

Em 1990 se inicia a era da privatização através do Programa Nacional de Desestatização (PND), criado pelo Governo Federal com o objetivo de melhorar os serviços e investimento no setor. Hoje a extensão das ferrovias no país é de 30.485 quilômetros, onde 29 deles são administrados por concessão público privada (ANTF,2018).

O Brasil possui 13 malhas regionais privatizadas, operadas por concessionárias privadas ou empresas públicas de capital aberto como a VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.. As ferrovias privatizadas são:

  • Ferrovia Tereza Cristina;
  • Estrada de Ferro Paraná Oeste;
  • Rumo Malha Norte;
  • Ferrovia Norte Sul (trama norte);
  • Ferrovia Norte Sul (trama central);
  • Estrada de Ferro Vitória a Minas;
  • Estrada de Ferro Carajás;
  • MRS;
  • Rumo Malha Oeste;
  • Rumo Malha Paulista;
  • Ferrovia Transnordestina;
  • Ferrovia Centro-Atlântica; e
  • Rumo Malha Sul.

No início do ano de 2019 o Governo Federal retomou o plano de privatização. O primeiro passo foi a realização de leilão de concessão da ferrovia Norte-Sul, que liga o município de Estrela D’Oeste (SP) ao município de Porto Nacional (TO), passando por diversos estados brasileiros e que possui extensão total de 1.537 km, a empresa vencedora foi a Rumo Logística, com lance de 2.719 bilhões de reais.

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